terça-feira, 1 de outubro de 2013

A/C Ministério do Esporte

As atividades esportivas em todo Brasil vem passando por uma transformação em todos os níveis, coisas terão de ser mudadas, leis mais incisivas e aplicadas de forma correta. Hoje existe uma precipitação em torno do que realmente acontece no futebol e imagens cada vez mais constrangedoras são divulgadas e repetidas com veemência em nossas transmissões de meios de comunicação.

Levantamos a seguinte questão: O futebol brasileiro é pior que o futebol europeu? Em quais sentidos?


Primeiro fato que levanto, é a apologia que aqui se faz em torno dos problemas dentro dos estádios e em seus arredores. A mídia brasileira trabalha contra a valorização de nosso espetáculo, o que de fato e via acaba denegrindo e muito a imagem dos estádios brasileiros. Na Inglaterra por exemplo, problemas com brigas e invasões de campo não são incomuns. Inclusive houve um fato que muito me chamou atenção, que foi a agressão ao jogador Ferdinand, do Manchester United em jogo válido pela Premier League enquanto comemorava um gol sobre o rival Manchester City. Foi atirado um objeto na cabeça do jogador, que precisou ser atendido após sangramento. Com o tento, o United saiu vitorioso do campo adversário.

O que a responsável pela transmissão fez? CORTOU A TRANSMISSÃO! Não ficou mostrando replay nem sequer mostrou qual objeto foi atirado, o atirador, se estava certo ou errado! O assunto morreu, com certeza o culpado foi punido. Qual a infraestrutura dos estádios? A melhor possível! No que tudo isso influenciou em suas ações? Nada. O que diferencia e os coloca em condições melhores? As leis funcionam corretamente e são aplicadas de forma coesa!

Cenas como as que ocorreram em Brasília, envolvendo as torcidas de Vasco e Corinthians, como um exemplo recente em que houve punição aos clubes, foram mostradas diversas vezes por todos canais em programas esportivos, reprisadas e muito comentadas. Todos os envolvidos foram julgados e a suas ações desaprovadas. O que é correto dizer, cena lamentável! Porém vamos lá: A imprensa mostrou, criticou, opinou e fez apologias a cena, afinal o que se transmite acaba virando estímulos a serem praticados. Quem dos indivíduos foi punido? NINGUÉM! Os envolvidos estão por ai, continuam frequentando os estádios livres na sociedade. Os clubes foram "punidos" em simplesmente mandarem alguns jogos a mais de 100 km da cidade do clube.

Pergunta: as pessoas que saíram do Rio e São Paulo e foram até Brasília praticarem essa briga, não tem condições de fazerem uma viajem curta dessa? No que inibiu essa ação de fato? Nada. As mesmas pessoas tem totais condições de praticarem os mesmos atos. Acredito que o esporte deva ser privilegiado, e não a violência. E as leis aplicadas de forma correta a quem merece, esse será um grande passo para evoluirmos. 


Outra questão é a seguinte: qual imagem é pior? Essa mostrada acima, ou está abaixo?



Os problemas relacionados à violência não é exclusividade do esporte. Então temos que repensar o dizer que os estádios são os lugares mais violentos do mundo! O que diferencia as pessoas acima, destas pessoas? A roupa apenas!

Não vejo diferença nenhuma, pessoas brigando por seus motivos pessoais e ideais. 



É um problema social!

Quando dizemos que o futebol brasileiro não tem condições de levar uma melhor condição a quem vai aos estádios podemos chegar a conclusão de que a Infra-Estrutura das cidades não permite isso. Por exemplo, ir para o Estádio do Morumbi é um tanto quanto complicado porque o transporte é precário, apenas ônibus passam por lá, e em dia de jogos muitos desviam o caminho. E em jogos que acabam meia-noite não há transporte público ativo. A culpa é da violência dos estádios, ou a falta de condições? Eu culpo a Globo (emissora responsável) e a CBF por colocarem nesses horários os jogos atendendo os fins comerciais/financeiros.

Acho intrigante o seguinte fato de que o setor que teoricamente é o mais violento (onde as torcidas organizadas se localizam) é onde primeiro se acaba os ingressos disponíveis! No mínimo intrigante isso afinal não são as torcidas que afastam as pessoas, porque lá que primeiro se vendem os ingressos? Quem vai à estádio gosta de festa, participar do espetáculo, e quem providência com bandeiras, faixas, instrumentos e hinos são elas, logo entendemos que o fato de termos brigas entre torcidas não inibe isso de fato (percepção pessoal de vivencia em estádio). Assim como os vereadores brigando ali em cima, nas torcidas também se encontram pessoas dispostas a isso para defenderem seus ideais. 













Vamos reaver nossas prioridades e parar de inventar desculpas sobre os problemas no nosso esporte.

Melhorando a estrutura com transportes públicos, horários acessíveis e preços realistas nos ingressos. Afinal o futebol não é teatro para se pagar absurdo para se sentar em uma cadeira de couro estofada! A realidade econômica não nos permite isso, não é possível pagar R$ 60 em um ingresso. Mais alimentação a transporte. Se levar um familiar, dobra! Se gasta no mínimo R$100 com o ingresso a esse valor, em duas pessoas são R$200 por um evento.

Tenho esperança no nosso futebol, e espero que as mudanças que estão por vir, sejam efetivamente benéficas com melhorias nos estádios e em todo enredo que compõe essa linda sinfonia, chamada futebol!

3 comentários:

  1. Bem escrito Cleber, o problema dos Estádios é apenas parte dos problemas sociais que encontramos em nosso país que perdendo valores fica assim, uma bagunça! Por exemplo, temos professores em greve no Rio por um salário decente e melhores condições de trabalho, estão levando pauladas e críticas de jornais, principalmente Globo e temos jogadores milionários andando de carrão (incluindo empresários também)! Ai eu pergunto, o que vale mais? Olhamos os estádios da Copa, basta pegar o Itaquerão, o que tem em volta de infraestrutura? Nada. Mas tem Estádio! Programa Mais Médico, porque ninguém quer trabalhar em áreas periféricas. Por que? Porque na periferia de Estados e cidades não são feitos investimentos! E para ajudar temos o jornalismo do quanto pior melhor, espreme que sai sangue, que ao invés de discutir alternativas (como vc propõem aqui), apenas exibe cenas desconectadas do contexto... Enfim precisamos de mais espaços como este para trocar ideias. Abraço.

    ResponderExcluir